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Livro de Vozes e Sombras

João de Melo

2020 Publicações Dom Quixote

Sinopse

Cláudia Lourenço, jornalista, é enviada de Lisboa à ilha de São Miguel ao serviço do Quotidiano. Tem por missão entrevistar um conhecido ex-operacional da Frente de Libertação dos Açores e reaver a crónica do independentismo insular durante a Revolução. Depara-se-lhe um homem-mistério, voz e sombra do jogador, das suas verdades que mentem, das suas mentiras que dizem a verdade. Ela, que pertence à «geração seguinte», não parece ter memória histórica do país de então: vive no de agora, e o passado é um território longínquo, cuja narração flui no interior de um imaginário algo obscuro.
A história da FLA (e a da FLAMA, na Madeira) comporta em si o «país de todos os regressos»: a Ditadura, o fim das guerras em África, a descolonização e o «retorno» à casa europeia pelos caminhos de volta, os mesmos que levaram as naus a perder-se nos mares da partida. O país que a si mesmo se descoloniza vibra na exaltação revolucionária. E é dos avanços e recuos dessa Revolução que nasce a tentação separatista do arquipélago.

Na longa e secreta entrevista ao homem da FLA, a jornalista vê-se enredada numa história de logros políticos, compadrios, interesses de propriedade, conluios estrangeiros e outros equívocos do movimento separatista, onde não há lugar para as vítimas da FLA, nem para o desamparo dos «regressantes» de África. Mas Cláudia Lourenço encontrará maneira de lhes dar voz.

Comentários


A mostrar os últimos 20 comentários:

Álvaro Faria , 22/08/2020 16:17

Interessante tema deste "romance" de João de Melo. Recordo uma viagem que fiz a
Ponta Delgada como técnico de informática do Banco Borges & Irmão, e, no
aeroporto a minha bagagem foi pormenorizadamente revistada por um guarda fiscal,
como se eu fosse estrangeiro ou suspeito de transportar algo ilegal. O homem
arrogantemente ignorou o meu veemente protesto, como se eu falasse uma língua
estranha. O meu colega, gerente do balcão apercebeu-se do que se passava,
invadiu a área da alfândega e, como se fosse um superior do guarda, mandou-o
arrumar as minhas pertenças, pediu-me desculpa e levou-me ao hotel onde fui
tratado como um hóspede normal - talvez o meu colega tivesse avisado o pessoal!.
No dia seguinte, tendo chegado cedo ao banco, dirigi-me a um café onde o meu pedido de "bica", "café" e "cimbalino" foi ignorado e eu próprio senti-me transparente. Já no balcão do banco, os colegas explicaram-me que eu era "cubano", por isso não seria atendido por tipos da "FLA". Dias antes Ramalho Eanes não conseguira sequer saír do aeroporto quando se preparava para fazer a campanha eleitoral em Ponta Delgada. Tempos que merecem ser dados a conhecer às gerações da "jornalista" criada por João Melo.

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