Sinopse

Estruturalmente, este livro invulgarmente extenso prossegue “Viagem ao Jardim da Ira”, obra anterior do poeta, porque, escrito em jeito de diário, nele podemos encontrar diversos livros, pois diversas são as temáticas que o habitam, como diversos são os recursos formais por que se expressam. Este é um livro do qual faz sentido afirmar ser o todo mais importante do que o somatório das várias partes que o compõem.

Poesia da idade madura, coerente e profunda, de uma claridade irredutível, sem peias, a frontalidade e a confrontação ganham aqui uma linguagem mais áspera, mais despojada de artifícios, sabendo que não tem tempo a perder, todavia mantém-se reflexiva e o lirismo tocante.

«Esta obra é Joaquim Murale», escreve o poeta Nelson Ferraz no prefácio. De facto, a maturidade com que, desassombradamente, a realidade é despida ante nossos olhos lembra-nos o compromisso ao qual o autor consagrou toda a sua obra, ajudar a ver para além do visível.

Claramente, “Até ao Último Sopro” é um livro para insubmissos.