Sinopse
Partindo da dimensão metapoética da obra Três Cartas da Memória das Índias, de Al Berto, avalia-se com esta comunicação a relação estabelecida, pela escrita, entre uma construção de espaços de dissolução e de exílio (discurso de ruptura) e uma poética dos regressos e dos lugares (agenciamento de identidade). Escritas e publicadas em 1986, estas três Cartas situam-se no espaço conceitual da ambiguidade e da melancolia, através do qual se articulam distanciamentos e semelhanças, diferenças e conexões. Promovida por uma procura das/de "Índias por descobrir", a viagem, realizada no domínio da escrita e do "corpo viandante" que dela emana, inscreve-se no percurso criativo do poeta: transgressão e ruptura, na escrita e pela linguagem, contra o deslocamento de uma identidade divergente.