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Sinopse

Obra-prima de F. Scott Fitzgerald, O Grande Gatsby (1925) tornou-se não só um clássico da literatura do século XX, como o retrato mais expressivo da «idade do jazz», em todo o seu esplendor e decadência. Jay Gatsby é o herói que personifica o materialismo obsessivo e o desencanto do pós-Primeira Guerra Mundial. Imensamente rico e desprovido de escrúpulos, Gatsby procura preencher o vazio que o domina tentando impressionar e conquistar Daisy Buchanan, por quem se apaixonara na sua juventude mas que entretanto casara com o milionário Tom Buchanan. No entanto, na sua busca de um amor e uma inocência perdidos, Gatsby encontra apenas o fim de um sonho.

Críticas ao livro " O Grande Gatsby "

Fonte: Isadora Sinay

O Grande Gatsby é o romance mais famoso de F. Scott Fitzgerald e, provavelmente, um dos livros mais conhecidos do mundo. A história de Jay Gatsby, o homem que se reinventa para buscar o amor de uma mulher, virou um símbolo do sonho americano (e de tudo que há de errado com ele).

Para os que nunca leram, um resumo: Nick Carraway é um jovem recém-saído de Yale, com um emprego no mercado financeiro de Manhattan e um pequeno chalé em West Egg, subúrbio de Long Island repleto de casas de novos ricos. Seu vizinho, Gatsby, é um homem misterioso que dá festas intermináveis e um dia se aproxima de Nick e lhe conta a história de sua vida.

A história de Gatsby é a de um menino pobre que aproveitou chances de subir na vida e se apaixonou de tal forma pela riqueza e pela sofisticação que personificou essa paixão em Daisy Buchanan. Gatsby sem dúvida ama Daisy, mas seu amor é (embora ele não perceba) pelo que ele chama de “uma voz que soa a dinheiro” – no fundo Gatsby sabe pouca coisa sobre Daisy além de que ela é imensamente rica e amargamente frívola.

A força do romance de Fitzgerald está justamente nessa crítica que vem de dentro: ele mostra o que há de podre na “aristocracia” americana sem exatamente apontar o dedo, mas através de um personagem que está ao mesmo tempo do lado de dentro (ele é primo de Daisy, aceito naturalmente no círculo do dinheiro tradicional de East Egg) e de fora (Nick é, afinal, pobre). Pelos olhos de Nick, Fitzgerald disseca um mundo de festas, ambições e uma profunda apatia e desinteresse, um mundo que choca e seduz seu narrador em partes iguais.

A linguagem precisa de Fitzgerald e as pérolas de sabedoria que ele as vezes coloca na boca de um personagem constroem essa sensação de uma juventude desperdiçada, do amortecimento causado pelo excesso de dinheiro, como por exemplo quando Daisy diz a respeito de sua filha “eu espero que seja uma bela tolinha. É o melhor que uma garota pode ser neste mundo”.

No fim, o romance curto, mas profundamente trágico, mostra o absurdo e o perigo do sonho americano, o sonho de Gatbsy. Daisy, como todas as outras coisas que ele deseja, se desmancha no ar assim que ele chega perto o suficiente, a luz verde no fim do cais perto da casa dela, que por tanto tempo lhe serviu de lembrança das coisas a serem conquistadas, é um farol falso levando ao naufrágio.

O Grande Gatsby é um livro poderoso, com toda sua força condensada em 120 páginas e 6 personagens, mas nunca foi feita uma radiografia tão precisa das ilusões do dinheiro, da ambição e da ideia de que todo mundo pode chegar onde quiser.

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